A comunicação “Arqueologia no séc. XXI: multidisciplinariedade e tecnologia”, apresentada pela Dryas na sessão subordinada ao tema “Novas aportações técnico-metodológicas ao Património” das Jornadas Internacionais do Património, em Alvaiázere, incluia uma perspectiva crítica da situação actual da Arqueologia, nomeadamente de salvamento, em Portugal, seguida da descrição da proposta de solução assumida pelo projecto Dryas Octopetala.

Esta solução, que, precisamente, resulta de uma avaliação estratégica do sector da Arqueologia e Património que demonstra não apenas a sua viabilidade económica, mas tabém a sua necessidade societária e carácter de eixo estratégico de desenvolvimento (de resto, reconhecido também nas orientações do actual plano de desenvolvimento estratégico do país), advoga a necessidade de uma radical mudança de paradigma da actividade corrente do sector da Arqueologia e Património, com base num investimento sustentado em: estruturação organizativa, recursos humanos especializados, capacidade tecnológica e impacto de comunicação, para além de uma necessidade urgente de abertura multidisciplinar das equipas de Arqueologia a profissionais, métodos e recursos tecnológicos oriundosde outras áreas científicas. Sem estes investimentos e abertura disciplinar, a Arqueologia permanecerá, em nosso entender, uma actividade de reduzido impacto societário.

Intencionalmente provocativa, a comunicação apresentada parece-nos ter cumprido os seus objectivos, até por força da discussão que em torno desta apresentação se veio a gerar na fase final da sessão, quando a palavra foi passada para o público da sala.